Do amor


posted by Isabelle Almeida

2 comments

Quando eu era bem pequena, pequena ao ponto de nem ter idade pra pensar em tais coisas, já imaginava como seria ter alguém pra namorar. Eu esperava quem realmente merecesse receber um carinho e entendesse a ponto de retribuir, que é o que as pessoas esperam quando querem viver um romance. Sonhava com flores, com jantar, com filme de noite, com café na cama. Essas coisas bem piegas mesmo. Conforme fui crescendo e vendo que a realidade pra todo mundo estava tão distante do que eu sonhava, e que eu viajava na maionese demais, minhas expectativas se reduziram a ponto de eu achar que teria mesmo de me adaptar ou ficaria sem ninguém. Que teria de aceitar as canalhices do mundo, que teria de acreditar nas generalidades do tipo "não existe fidelidade em relacionamento" ou "você só conhece quem convive depois que o relacionamento acaba" e abaixar a cabeça, "sabendo" que o fim seria esse e que aquilo que mostram nos filmes que eu tanto gostava, eram realmente só ficção. Um dia, achando que era o auge da minha sapiência, constatei que o amor entre homem e mulher poderia não existir e que era besteira querer alguém pra construir algo duradouro, pois seria tudo destruído ao passar dos tempos por conta do egoísmo da essência humana.

Mas aí, ele apareceu. Apareceu assim, num susto, quando eu estava de olhos fechados. Apareceu pra dizer: "moça, calma aí, que o filme ainda não acabou!" Apareceu quando minhas poesias eram só descrença e ceticismo. Quando eu só ouvia músicas trashs que fortificavam o que eu acreditava na época. Não era meu momento. Recuei, tentei fugir, ignorei os sinais... O mundo conspirava a nosso favor e mesmo assim eu teimei. Achei que era mais um caso de que quando eu entrasse de cabeça, tudo se apagaria, que quando as vontades fossem satisfeitas, o encanto sumiria. Mas, não. Eu realmente estava enganada. Tinha algum motivo. 
De um em mil rapazes de Recife, eu o conheci naquela noite. Das centenas de moças da noite, ele fixou a atenção em mim. Na noite em que eu tinha saído mesmo pra curtir o som e mais nada, ele se interessou por mim. No cover onde eu dancei e cantei loucamente Pearl Jam e Nirvana na frente do palco sem me preocupar com o jeito que estava meu cabelo, ele vidrou na minha loucura, me olhando do cantinho do palco. 
Por motivo nenhum ou pelo maior motivo - que eu ainda não sabia qual era -, na hora de ir embora eu virei, no meio da rua Tomazina, debaixo de uma garoa no meio da madrugada e dei tchau pra ele. Nós nem tínhamos conversado, só tínhamos sido apresentados. Eu nem tinha notado ele direito... Mas, virei e dei tchau. Foi o ato mais inconsciente e certeiro da minha vida, pois foi desse ato que surgiu nele a vontade de mais encontros...

Eu tropecei nos meus pés muitas vezes durante o percorrer daqueles tempos, mas nunca deixei-o ir de vez. Não me pergunte por qual motivo ou como, eu não sabia. Ele simplesmente tinha um objetivo e eu não sabia qual era o meu. E muitas coisas hoje ainda são novidade pra mim, sempre descubro algo que fez inconscientemente que eu corresse pros braços dele, pros braços certos. 

A nossa caminhada hoje completa dois anos. Dois anos do dia em que eu me dei conta que me custaria muito deixar alguém tão persistente e especial ir embora assim. E eu não paro de me impressionar com o jeito espetacular do qual tudo aconteceu. Eu nem sei se merecia tanto... Mas a lição foi aprendida e a descrença, acabada. Existe, sim, alguém como eu esperava que existisse. Mais espetacular do que eu esperava. Alguém como aquele descrito nas músicas que eu evitava. Que faz o meu coração palpitar forte. Existe alguém que, embora não seja tão piegas quanto eu, deseja as mesmas coisas. Existe alguém que quer caminhar do meu lado e construir um paraíso só nosso. Existe alguém que não desistiu sequer um momento mesmo tendo todos os motivos para tal. Existe alguém que hoje, eu sei, foi feito pra mim e eu pra ele, por que a gente mais que se completa, se transborda. 

E todos os Dezembros serão desse jeito: dia 14, aniversário dele, eu declaro minha admiração e dia 16, nosso aniversário, o meu amor.
Espero que nossa essência, essa que eu citei há 1 ano atrás, seja sempre a mesma. Que saibamos sempre o porquê de estarmos aqui, juntinhos, construindo nossa fortaleza do nosso jeitinho.

Obrigada por ser meu bem e me fazer tão bem, meu amor.

A vida é triplamente mais feliz depois de você. =)



2 comments

Leave a Reply

Deixe seu comentário aqui!

Todos os Direitos Reservados - Isabelle Almeida - 2010 - 2019. Tecnologia do Blogger.