Mais doce que algodão doce


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Um dia em cegonhas acreditei
Na minha fértil imaginação
Branco era o céu e as nuvens, azuis
Ganhando canetinhas
Coloria corações como arco íris
E não existiam seres mais sorridentes que meus bonecos-palito

Do escuro eu tinha medo
Do velho-do-saco, do papa-figo
Com ansiedade e saltos 
Aguardava o som do apito 
Do homem que carregava o Japonês


Barra-bandeira, queimado, pula-corda, bicicleta
Construir casas para bonecas 
Meias, sutiãs, meninas sabem dessas combinações
Primeiro diário, primeira frustração no malvado e temido amor


Sonhava com um mundo cor-de-rosa
Amava platonicamente o galã da novela
Dançava modinhas e pensava em ser mocinha


Perdia coisas
E já guardava pessoas em papéis
Em caixas, em músicas
Mas traças tomaram conta


Agora, em minhas tranças
Fica tudo o que se ultrapassa
O tempo, tão sem graça
Torna a inocência de uma criança
Somente em uma doce lembrança



Isabelle Almeida


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  1. Anônimo

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